domingo, março 19, 2017

Noruega - o país dos vikings, fjords, Edvard Munch e da aurora boreal


"Welcome to Oslo", disse pelo auto-falante a aeromoça do meu voo Ryanair de nove (9!!!) euros, "A temperatura exterior é -6ºC. São 7:15 horário local". Levantei, disse adeus à senhora italiana que veio conversando comigo a viagem inteira, puxei minha malinha e fui saindo pelo corredor da aeronave na direção onde o vento soprava as histórias de vikings e os contos dos trolls.

A Noruega sempre foi um lugar místico pra mim, cheio de lendas fantásticas e beleza estonteante. As histórias dos deuses escandinavos, os monstros e a sempre referida aurora boreal, inundavam minha imaginação desde menino. E agora eu estava ali naquele ar frio que parecia quebrar-me os ossos das mãos sem luvas, gelar minha cabeça sem o gorro, queimar minhas bochechas sem proteção. Mas eu estava maravilhado pela ideia de pôr os pés naquele país encantado e de paisagens deslumbrantes. 

Pão com Brunost em Starbucks Oslo
A viagem do aeroporto ao centro da cidade pelo metrô é de aproximadamente 20 minutos. tão rápida que a gente nem sente. Para falar a verdade, fora o frio, a única coisa que eu senti foi a fome.

Por isso, após deixar a mala no hotel, parti para conquistar as ruas da capital norueguesa em busca de alguma coisa que me aquecesse e forrasse minha barriga faminta. Procurei por algum lugar onde tivesse comida típica local, mas àquela hora o único que achei aberto no centro foram os restaurantes de fast-food.

Entrei no Starbucks e perguntei a funcionária se poderia comer alguma coisa da culinária local. Ela me disse que o que era com certeza típico seria o queijo marrom de cabra, chamado Brunost, que eu poderia comer com um pão de frutas.

Não deu outra. Lá fui eu experimentar o tal queijo que, detalhe, achei delicioso! misturava um sabor doce com salgado, exatamente do jeito que eu gosto, me lembrava um doce de leite cozido com queijo. O resultado foi correr ao mercado logo que saí do restaurante e comprar dois pacotes pra ir comendo durante o dia.

Oslo, não fugindo à tradição escandinava, é uma cidade muito cara, mas (embora deva existir) por não encontrar em minhas pesquisas nenhum hostel que unisse valor razoável e boa acomodação, preferi ficar num hotel bem legalzinho chamado Citybox Oslo, no coração da cidade.

Essa escolha por um hotel não me permitiu, por causa dos valores com acomodação e comida, ir a lugares famosos como Stavenger, Bergen, e Tromso. Decidi ficar mesmo pela capital e me dar uma segunda chance de visitar o restante do país numa próxima oportunidade que, quiçá, virá em breve.




Comecei meu tour por Oslo a partir da Opera Huset (Casa da Opera e Ballet) que ficava a poucos metros do meu hotel. O edifício, todo branco se confundindo com a neve que o cobria, parece se projetar do mar para o céu, e é famoso não só pela importância na vida cultural da cidade, mas também por sua arquitetura e localização.

Antes de chegar a ele, porém, preferi caminhar pelo pier do outro lado do mar de onde eu poderia ver o oceano congelado refletindo o céu e o prédio. Aquela imensidão de água salgada toda em estado sólido onde gaivotas patinavam tranquilas compunha a belíssima cena na qual o sol despontava no horizonte pintando o céu de tons violeta em um quadro fascinante.

Nascer do sol a partir do Opera Huset Oslo
Pode-se aceder ao topo do prédio por duas compridas ladeiras laterais e de lá se ter uma visão de 360 graus da cidade. O topo da Opera House é um daqueles lugares onde a gente sente o tempo caminhar lento porque absorve cada segundo que passa, registra na mente cada raio de sol lançado no espaço, cada pássaro que voa, cada som vindo das conversas ao redor, cada gargalhada daqueles que nos dias de inverno escorregam no gelo acumulado sobre o ladrilho do edifício. De lá eu vi o sol nascer em um dia e se pôr no dia seguinte - dois momentos distintos em dias diferentes, mas que não pareceram acabar.
Pôr do sol a partir do Opera Huset Oslo
Pois Oslo é assim, uma cidade que mistura a natureza e a arquitetura e, apesar de tantas gruas cortando o céu e tantos sítios de construção nos dias que por lá estive, não perdeu o encanto nem o charme. Ao contrário, caminhar pelas ruas antigas, contemplar o porto, conversar com as pessoas locais, deslizar na neve acumulada no chão, nos parques, é algo suis generis.

Centro Nobel da Paz
Não vi artistas de rua locais tocando música norueguesa (encontrei um romeno tocando música brasileira no Vigeslandparken), nem vi stands de bacalhau à beira-mar. Mas os cafés cheios de gente em busca de se aquecerem, as praças onde várias pessoas faziam fotos e selfies e conversavam tranquilas, me deram uma ideia de como era a vida na cidade.

Mesmo os soldados guardando o Palácio Real ao fim da Karl Johans gate têm um ar mais leve e pacífico do que seus colegas em outras partes do mundo. Será por que há ali perto o Centro Nobel da Paz? Talvez. Mesmo tendo em julho de 2011 essa sensação de tranquilidade abalada pelos atentados perpetrados por Anders Behring Breivik, os noruegueses parecem seguir sem receios.
Forte de Akershus
Essa sensação de paz e segurança nos cerca desde sempre, em cada canto da cidade. Ali mesmo diante do porto onde podemos ver o Centro Nobel da Paz, as Torres Gêmeas da Prefeitura (em ambos os prédios há exibições de arte) e o Forte de Akershus.  Ou percorrendo os caminhos quase silenciosos do Vigelandsparken com suas estátuas, espalhadas por todos os cantos, de corpos nus de homens, mulheres e crianças em vários momentos da vida, e na multidão que se entrelaça numa orgia insana pelo mastro totêmico ao centro do parque.
 


Oslo e a Noruega como um todo são fascinantes. Quer seja pela calma e beleza dos seus sítios, quer seja pela bela arquitetura nórdica de seus prédios ou pelo povo tranquilo e cortês que caminha por suas ruas e se sente orgulhoso em prestar ajuda ao viajante perdido - sim, continuo a me perder caminhando por aí, especialmente quando o Google maps offline não funciona (geralmente ele falha). Quis ficar mais tempo na cidade, mas os valores e a velocidade como as horas nos fogem me fizeram marcar viagem para o próximo destino sobre o qual falarei em breve.
Siga as fotos dos próximos destinos em https://www.instagram.com/marcio_travelmore/

Gostou? Então que tal compartilhar e comentar? Valeu! 😉


O que ver/fazer em Oslo:

Opera Huset (Ópera e Ballet House)
Akershus church and fort
Palácio Real de Oslo
Catedral de Oslo 
Ponte Ekebergasen (onde Munch fez seu quadro O grito) e ver o pôr-do-sol
Gamle Oslo (bairro antigo)
Igreja Frogner
Vigeland parken
Akerselva scenic walk, 
Museu histórico
Museu do Barco Viking
Galeria de Arte de Oslo
Museu EdvardMunch
Sankt Hanshaugen
Museu do esqui e rampa







  

2 comentários:

Anônimo disse...

Que belo texto e que fotos incríveis! Sempre que posso visito o seu blog e me encanto todas as vezes.

Márcio Walter Machado disse...

Muito obrigado ;)

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