sábado, julho 04, 2009

Palavras Mudas, Palavras Cruzadas – Poemas para Duas Mãos

Trago aqui singelas idéias, palavras mudas... que aos poucos vão ganhando voz...
E cantando assim elas parecem ora estranhas, ora artimanhas,
Obra do destino, ou algum sortilégio de quem busca ajuda
Em nem sempre tão mundana mente, vítima de torpe algoz.

Ei-las palavras mudas, caladas no íntimo, ganhando vida em uma, duas mãos diferentes.
Elas não se cruzam, não se intercalam, jorram como fontes, da mente, de algum lugar.
Cortam as folhas eletrônicas do computador em rápidos segundos
Para encontrar seus pares em outras folhas brancas envoltas de azul.

Palavras muitas que tentam de duas mãos sair e ganhar o mundo,
E encontrar no fundo, dos seres míticos ou críticos ou rítmicos, um sei-lá-o-quê-?
Senso, sentido, sincronismo, similaridade, sinceridade, sonoridade, solicitude...
Virtudes que se espremem de mentes sãs, de mãos abertas para receber o desconhecido.

Nessa rede em que vivemos, pensamos em (nos) prender - ou quem sabe libertar-(nos)!?
Na velocidade e na fugacidade, na efemeridade e na tenacidade
Poemas são feitos à distância segura – mas de onde?
Do coração ou dos ecos de leituras passadas ou de atos mecânicos das mãos
Que não se cruzam?
À distância segura sempre – mas para quê?
Para serem impolutas ou intrínsecas ou quintessentes,
Ou para serem seres ganhando vida em mãos tão diferentes, de histórias tão diferentes que um dia se cruzam?

Vão seguindo-se todas as tentativas de uma conexão...
Perfeita na essência, imperfeita na presença;
Audaz na proposta e eloqüente em supostas respostas.
Vejo pontes sendo feitas, vindas de mim e indo até ao onde-quer-que-seja, onde-quer-que-você-esteja.
Através dessas palavras que criam caminhos e veredas e labirintos dos quem-sou-eu e para-quê-?
Elas se perdem no espaço, nos cabos de fibras óticas, os negros buracos cheios de eletricidade
E de emblemáticas poesias que encontram indefinidas as mãos que não se cruzam.

Por isso, às vezes, cantar um solo é tão fácil que fujo da essência da proposta,
Não sei ainda falar sem som, gritar sem palavras, nem pensar sua canção.
Daí essas palavras mudas e caladas no peito se metem a correr velozes a encontrar sentidos
Diversos nos teclados de computadores distantes um do outro,
Cujo intuito é gerar o que não se pensou jamais, criar o que era impossível
E sonhar com poemas entrecruzados que cortam calados as telas brancas dos computadores.

Dos quais, de um lado, grita um poeta: Ah, quimera de quimeras tão louca na concepção, audaz na criação, cheia de cabeças e braços e mãos!
Quanto receio me inspiraste, quanto alienar-se de mim, quanto buscar a palavra exata que rendesse um poema uniforme vindo de mãos que não se cruzam!
Do outro, responde o bardo: Oh doce mão que iniciou tal ensejo... desculpe os erros desse solfejo...
Queria apenas ouvir e sentir teu pulsar neste primogênito dueto refrão!

Não temas, poeta, pois veja:
Este poema que corre na velocidade de dois pensantes,
Cheio de vida e som e luz que lateja,
Quiçá como a inocência de tantos infantes, talvez com asas de um anjo serafim
Foi feito por minha, por tua mão que se cruzam enfim.

POR: Deivis Elton e Márcio Walter Machado

VISITEM: www.marciowaltermachado.com.br

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo poema, espero que seja apenas o primeiro de tantos a nos encantar.

Beijos

Anônimo disse...

Muita Criatividade e Inspiração em "duas mãos".
Teacher,
I'll be forever your fan!
The poem is so beautiful!
@m@ndit@s

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