sexta-feira, junho 27, 2008

Alma de Poeta


Eu não sei se tenho o que chamam de "Alma de Poeta" -
Só sei que sinto tão forte e amo tão forte e experiencio tão forte!
Vejo os rostos, as fotos de quem está ou quem passou em minha vida,
Sinto eles, lembro deles e tenho um querer-bem tão incrível,
Umas saudades tão profundas que doem aqui dentro,
Ardem no peito e fazem meus olhos se encherem de lágrimas,
Me dando um desespero, uma vontade de ter de volta o que passou...

Talvez exista mesmo esse negócio de poetas serem diferentes,
De sentirem mais intensamente, de verem os amarelos das plantas
Mais radiantes, e o verde da grama mais intenso, e o azul do céu mais azul do céu.
Outro dia parei a ver um beija-flor num pé de me-dê-um-beijo-que-te-digo e
Fiquei extasiado na imagem daquelas penas verde-lustrosas sugando o néctar.
Fiquei espiritual sob o céu claro e a chuva que garoava sobre o colibri e eu.

O poeta deve ser um dedo de Deus escrevendo o mundo,
Ou o coração Dele sentindo Sua obra, ou Seus olhos contemplando a criação –
Talvez seja o Adão primevo, o ideal do Paraíso ou mesmo o próprio reflexo
Do Paraíso trazendo um pouco de paz a esses dias tão tumultuosos,
Um pouco de sentido divino a essa nossa angústia de ser.

Eu tenho alma de poeta! É por isso que sou tão estranho,
Por isso que sou tão arrebatado e tão triste e tão entusiasta.
Ser assim é bom, mas dói tanto, fere tanto, arde tanto!
O poeta é o espírito angélico, um profeta antigo, um santo
Martirizado pelas flechas dos sentimentos e pela dor que corre o mundo
E o seu próprio peito, que inflama o espírito todo e incendeia tudo.

Por isso, quando vocês virem um poeta, ou lerem seus versos,
O vejam e os leiam com a alma leve, através de olhos espirituais.
Pois, o poeta é um pequeno farol brilhando distante na escuridão que nos cerca.
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terça-feira, junho 03, 2008

QUANDO MORRE O POETA




Quando morre o poeta,
Cala-se a voz dos deuses.
Quando ele, do leito triste,
Solitário expira
As estrelas do céu e as luzes do dia
Todas se apagam.


O poeta é o luzeiro do dia
E os faróis da noite sobre o mar;
É nele que se faz a língua
E dele que ela se gera.
O poeta é névoa, é estrela longínqua
É evanescente e efervescente.


Diante do poeta calam-se as tempestades,
Acalmam-se os vulcões furiosos -
Ninguém o resiste,
E para segurá-lo também não existe quem.
O poeta é a trombeta do Arcanjo
E os trovões ribombando.


Quando Deus criou as almas,
Ele disse a algumas:
Vós ireis e sereis poetas na vida,
De gauche ou de direita – não importa,
Sereis poetas! Sereis vida!


Por isso, quando morre o poeta
Os querubins se inclinam lá das nuvens
Derramando suas lágrimas tristes,
Escondendo seus rostinhos barrocos
E dizem:
Morreu o poeta, perdeu-se a vida.

Criança sequestrada em 1988 procura família biológica

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